Qual a diferença da luta pela Barragem de Oiticica da Chapada do Apodi?
Aqui é uma barragem que está nascendo, e lá (no Seridó) nós temos uma realidade onde muitos assentamentos já foram criados nestes últimos anos. O governo prevê o respeito dos assentamentos do Incra, mas de outros tipos de assentamentos feitos com dinheiro do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, mesmo sendo do mesmo jeito dos do Incra, o governo não quer respeitá-los. E muitos se perguntam: porque tirar pessoas que já estão ali para depois colocá-las no mesmo lugar, mas com uma filosofia totalmente diferente?
A Igreja teve que a falta de diálogo com o governo possa adiar mais ainda esse projeto?
Eu diria que, para o diálogo dar certo, as pessoas têm que ser abertas, e até hoje nunca se soube bem claro como são os detalhes desse projeto do governo. Alguns dizem uma coisa, outros dizem outra e isso dificulta o diálogo. Apodi tem um sindicato a favor do povo, com um número de associados expressivo e uma longa historia de luta em favor dos agricultores. Me parece que o sentimento do sindicato, dos agricultores e assentados é que água é muito boa, que venha a água, mas venha sem mudar o estilo do assentamento que tem lá, com uma cultura de economia familiar. Nós viemos de dois anos de seca e nenhum assentamento se esvaziou. Sinal que, de um modo ou de outro, o povo sobrevive. Se chegasse a água se tornaria um celeiro para todo o estado. Mudando de ideologia, muitos têm dúvida, e a parte do Ceará mostra que estas dúvidas estão bem fundamentadas.
Bispo denuncia que projeto de irrigação da Chapada do Apodi visa beneficiar o agronegócio, a exemplo do que ocorreu na parte pertencente ao Ceará
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